“Meu Pai” (The Father), está chegando ao streaming para marcar o ambiente cinematográfico de 2021, embora ainda nem estejamos no meio do ano. E isso tanto nos aspectos artístico/técnico/estético quanto na contundente experiência psicológica que o filme proporciona, sugerindo muitas e proveitosas reflexões.
A interpretação magistral de Anthony Hopkins vale cada minuto do filme, sendo que vários críticos consideram esta a melhor atuação de sua carreira. Um verdadeiro show de dramaturgia, onde igualmente se destaca o trabalho de Olivia Colman. Mas o elenco todo é de primeiríssima linha nesta co-produção franco-britânica, que concorre ao Oscar em seis categorias.
Anthony (sim, xará de Hopkins no filme) tem 81 anos, mora sozinho em Londres e, afetado pelo Mal de Alzheimer, recusa todos os cuidadores que sua filha Anne tenta contratar. A agonia de como lidar com o pai vira urgência quando ela decide mudar para Paris com o marido, não podendo mais se ocupar da doença de Anthony. A partir daí, fatos muito estranhos começam a acontecer.
Parece dramático demais? Não é não… há momentos, inclusive, que rendem boas risadas. Na verdade, o filme é uma lição de vida do início ao fim, à qual é impossível ficar indiferente!
Um filme que desconstrói a noção do que é ou não real
A narrativa, do ponto de vista de Anthony, ganha tons kafkianos na medida em que o mundo entendido como normal, estável e previsível, passa a se revelar absurdo.
Assim como o personagem de Hopkins, passamos também de certa forma a nos perder em um labirinto de informações que não fazem mais sentido. O que se passa está apenas na cabeça do protagonista ou está de fato acontecendo? Tal questionamento nos prende ainda mais à história, quase toda ambientada no interior de um apartamento.
A linearidade do tempo também deixa o espectador em dúvida: por vezes fica-se sem saber se o que está na tela é passado, presente ou futuro. Em resumo, acabamos por sentir na pele o que o personagem está vivenciando, compartilhando um pouco de sua confusão mental.
O que “Meu Pai” nos ensina
. Assistir a este filme é um exercício de imersão na experiência de envelhecer e também sobre cuidar de quem se ama.
. A importância do respeito às diferenças e da convivência com o que é tido como “diferente”.
. Compreensão é fundamental. O que é a realidade de um, pode não ser a do outro. Ou seja, nem sempre existe certo ou errado, e esta pluralidade de pontos de vista precisa ser considerada.
“Meu Pai”, enfim, é surpreendente em todos os sentidos – como obra cinematográfica ou como exercício de reflexão, e está disponível para compra nas plataformas digitais Now, iTunes (Apple TV) e Google Play. A conferir!
Fique à vontade pra compartilhar este post com seus amigos, e não deixe de se cadastrar pra receber notícias nossas. É só clicar aqui!
Fontes para elaboração do conteúdo:
https://www.esquinadacultura.com.br/post/critica-meu-pai-e-espetaculo-de-anthony-hopkins-e-olivia-colman
https://cultura.estadao.com.br/noticias/cinema,analise-surpreendente-e-perturbador-meu-pai-cria-um-universo-kafkiano,70003677246