Conclave: o que é? por que todo mundo para pra ver? como o Brasil se faz presente?

Novo conclave será realizado para eleger sucessor de Francisco Foto: © ANSA/AFP

A morte do Papa Francisco, que liderava a Igreja Católica desde 2013, reacendeu a atenção mundial para um dos processos mais antigos ainda em vigor: o Conclave. Esse ritual, realizado no Vaticano, tem como objetivo escolher o novo Papa e atrai olhares do mundo todo, não apenas dos fiéis, mas também de quem se interessa por história, política e cultura. Mesmo sendo um evento religioso, o Conclave vai muito além da fé e se transforma em um acontecimento de importância global.
O termo “conclave” vem do latim cum clave, que significa “com chave”, fazendo referência ao isolamento completo dos cardeais durante o processo. Apenas os cardeais com menos de 80 anos podem votar, e atualmente são cerca de 130 eleitores vindos de diversos países. O Brasil, por ser o país com a maior população católica do mundo, tem sete representantes com direito a voto: Dom Odilo Pedro Scherer (São Paulo), Dom Orani João Tempesta (Rio de Janeiro), Dom João Braz de Aviz (Cúria Romana), Dom Leonardo Ulrich Steiner (Manaus), Dom Paulo Cezar Costa (Brasília), Dom Jaime Spengler (Porto Alegre) e Dom Sérgio da Rocha (Salvador). Já Dom Raymundo Damasceno Assis, que também é brasileiro, não participa por ter mais de 80 anos.
O Conclave segue regras rigorosas, construídas ao longo dos séculos. Durante esse período, os cardeais ficam em clausura — ou seja, sem celular, internet ou qualquer contato com o mundo externo. As votações acontecem na Capela Sistina, onde cada cardeal escreve o nome do seu candidato em uma cédula. Se ninguém alcançar o número necessário de votos, as cédulas são queimadas com uma substância que gera fumaça preta, sinalizando que ainda não há um novo Papa. Quando finalmente ocorre a escolha, a fumaça se torna branca — é o sinal que o mundo inteiro espera para anunciar o início de um novo pontificado.
Apesar de toda a tradição envolvida, os últimos conclaves têm sido bastante rápidos. Em 2013, a eleição do Papa Francisco durou dois dias e cinco votações. O Papa Bento XVI, em 2005, foi eleito em menos de 24 horas. Já em 1978, após a morte repentina do Papa João Paulo I, o Conclave que escolheu João Paulo II também levou apenas dois dias.
Mesmo sendo um processo fechado e tradicional, o Conclave é acompanhado de perto por milhões de pessoas ao redor do planeta. Na Praça São Pedro, em Roma, fiéis, turistas e jornalistas se reúnem ansiosos pela fumaça branca. Fora do contexto religioso, muitos observam com interesse o impacto que o novo Papa poderá ter em debates importantes sobre direitos humanos, meio ambiente, política internacional e outras questões sociais.
Assim, mesmo em plena era digital, o Conclave continua sendo um dos poucos rituais que resistem ao tempo. Com raízes medievais, ele permanece atual, despertando interesse e influência em um mundo em constante transformação.

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